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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A morte do jornalismo

          Pois um dos fatos que me entristece, é a transformação radical sofrida pelo jornalismo brasileiro nas últimas décadas. Lembro dos nossos órgãos de imprensa com profissionais engajados nas grandes questões nacionais, políticas, ideológicas e sociais. Claro que era outra época, que somos todos saudosistas, que lembramos do passado sempre com aquela visão idílica e tudo mais. Não esperava, todavia, que as mudanças viessem na direção da vitória do pragmatismo jornalístico, das individualidades descompromissadas com o que não corresponde ao próprio projeto de vida. Jornais, revistas, redes de TV, afirmaram-se como empresas como quaisquer outras, onde o único compromisso é com os resultados financeiros. Vale tudo: entregar a Amazônia, compactuar com a corrupção, sepultar velhos valores republicanos, vale qualquer coisa desde que o lucro esteja garantido ao final do exercício. Parece que o mesmo fenômeno espalhou-se em outros países. Lembram de Al Pacino, representando o último jornalista preso à ética e aos valores da república? Pois é, hoje é assim. Vivo repetindo que estamos no período da morte das idéias, dos debates, das visões de futuro. Presos ao hedonismo de todas as matizes. Mas, dizemos: as coisas são assim mesmo. Morreu o velho jornalismo, nasceu outro muito pior. Pena.

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