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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Hedonismo político:matando nosso futuro...

          Pois, caros amigos, fico impressionado com o que acontece pelo mundo e frustrado com nossa falta de ousadia. Mesmo países pequenos, como Cingapura, conseguem proezas notáveis em muitas áreas, mostrando uma determinação de causar inveja. Lembrei-me da Coréia, que há trinta, quarenta anos atrás tinha um povo comendo cobras e sapos, com professores ganhando 40 dólares por mes e hoje ostentando indicadores que parecem ficção. Uma diferença: suas elites foram capazes de se programar para o futuro, estabelecer metas e trabalhar para alcançá-las. Aqui entristece-me a ausência de debates no Congresso, o silêncio do jornalismo, o fracasso da escola, o desaparecimento de referências entre a população. Parece que morremos para as idéias! Na política, onde tudo deveria desaguar e se transformar em estradas para percorrermos com motivação, emergiu de forma brutal uma das piores formas de corrupção: o voto como um fim em si mesmo. Tudo se resume em ações para a próxima eleição, os projetos não podem ser duradouros. Há pouco, um recém nomeado secretário de um estado do Sul opôs-se a um projeto de incentivo à empresas que implantassem centros de desenvolvimento em P&D, com uma pergunta de lascar a sensatez humana: "mas quanto tempo vai demorar isso?. Prova típica de um hedonismo político que sepulta o fundamental e povoa a gestão com paliativos inadmissíveis. O hedonismo político está matando nosso futuro, corrompendo nossas atitudes e cegando-nos para o fundamental: organizar as idéias, projetar nossas ações, demarcar a estrada e seguí-la em frente, com a certeza de que construiremos uma vida mais digna e justificadora da nossa presença no comando da coisa pública. Assusto-me: é tamanho o silêncio que tenho medo de morrer tendo perdido o mais banal dos sonhos, uma mínima idéia do amanhã, um pequeno sentimento, ao menos, de buscá-lo.

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